Aurora,
de João Ferreira
Um céu e um mar imensos e, entre eles, nós.
Aurora é o ponto de partida deste espectáculo. É o nome de uma mulher comum. É o nome de uma dessas mulheres comuns – das que seguram o mundo com as mãos, das que nos dão vida e nos vêem partir, das que são mulheres de mãos cansadas e corpos direitos, num mundo que lhes é mais difícil, sem que nada o justifique.
Num tempo cheio de tempos, num lugar cheio de lugares, estamos todos nós em viagem, com histórias que se confundem e fundem numa só. Estamos nós encolhidos e abrigados numa jangada à deriva, onde nos questionamos sobre o que deixámos para trás, sobre o que nos fez partir. Suspensos num mar imenso, estamos nós e as nossas memórias e os nossos medos.
E há um nevoeiro que nos tira a clareza do pensamento, que nos deixa fantasiosamente distantes deste mar, que nos transforma em “nós e eles”.
Mas o mar ninguém esconde.
“Eles”, sem nome, à deriva…
Dilúvio, a partir de Ilha Flutuante e Noé de Ricardo Neves-Neves
Serão vocês sempre como Píramo e Tisbe, entre muros erguidos, só para se apaixonaram através das fendas e se matarem no fim?
Olha em volta.
A Liberdade foi presa por ser uma palavra de acentuação grave.
É necessário fazer um reset.
R-E-S-E-T.
R-E-S-I-S-T-I-R.
Re-existir!
Pega na van e faz-te à estrada, que isto por cá vai tudo na enxurrada.
Quantas vezes? Quantos resets?
Pode ser que voltemos ao mesmo… mas mais devagar…
Seis Personagens à procura de um Autor, de Luigi Pirandello
Em «Seis Personagens à Procura de um Autor», Pirandello mostra-nos as entranhas do processo criativo do teatro, num jogo dinâmico e marcante. Personagem e ator, ilusão e realidade, parecer e ser. Todas estas dicotomias, estes confrontos, fazem parte do processo pelo qual os atores vivem, dentro de si, mas, desta vez, também a nu e à vista do público, despidos do conforto da quarta parede. O choque geracional e temporal, aliado ao carácter soberbo deste texto, exigem o seu olhar atento para que não perca a narrativa.
Não se trata de uma tragédia ou um café-concerto, mas os dramas e as comédias vividas em palco irão deixá-lo desconcertado.
Estamos à procura de um autor, porque não fica com o papel?
La Ronde, a partir do texto de Arthur Schnitzler
A nossa Ronda é uma valsa a sete tempos composta por sete encontros para seis personagens: a jovem, o jovem artista, a esposa, o marido, a actriz e a produtora.
Com a excepção do nosso jovem artista, que os acumula, os outros irão, cada um, conhecer dois indivíduos; dois encontros, duas experiências, duas iluminações…
Se alguns dos protagonistas falam a mesma língua, nem sempre é o caso. Assim certas cenas fazem soar o português, o francês, e noutras o inglês.
Nesta peça, Arthur Schnitzler retrata a sua sociedade e apresenta personagens de todas as camadas sociais. Na sua época, esta peça fez escândalo porque era o espelho dos seus contemporâneos…
A nossa Ronda desenrola-se hoje, nas ruas do Porto.
Na verdade, podíamos ter chamado esta valsa a sete tempos:
A Ronda ou A comédia humana.
Ela, de Jean Genet
Partindo de uma sessão fotográfica, preparada minuciosamente para obter a imagem que fecundará os quatro cantos do mundo, esta fotografia revelará o lado mais humano de uma das figuras com mais destaque na história da Humanidade. Por entre os reflexos será possível descobrir novos traços, novas mensagens, novas formas de vermos aquelas personagens e a nós próprios. Enquanto Ela permanecer iluminada pelos focos da sociedade e do mundo, será na sombra que muitas outras personagens se moverão e farão o seu próprio jogo.
Fumo, de João Ferreira
Encenação de João Ferreira
Um Teatro em chamas enche a cidade de fumo, que pára e o observa. Porquê?
Lá dentro uma companhia de actores procura criar o espectáculo perfeito, o derradeiro momento, fechados por uma quarta parede em palco. O encenador, que os observa, incita à representação através da verdade absoluta, num jogo perigoso que leva os actores numa viagem surreal.
Onde vamos morar?, de José Maria Vieira Mendes
Encenação de João Ferreira
Passaram-se 20 anos e Gustavo voltou à sua cidade. Perdido, está à procura de um mapa, mas primeiro encontrará Patrícia. Américo, sentado no degrau da sua porta, vê partir Vítor e Gabriela. Para onde? Vânia, que está só no principio, aguarda numa sala de espera, pelo seu pai. Mário, o eterno sonhador, só quer encontrar a morada correcta para entregar um ramo de flores.
Uma história sobre chegadas e partidas.
Uma cidade onde as paredes parecem falar.
Onde vamos morar?
aD hOMINEm, a partir de El Bálsamo de Diós, de Carlos Boves
Tradução, adaptação e encenação Sofia Araújo
aD hOMINEm, tradução e adaptação por Sofia Araújo de El Bálsamo de Dios, de Carlos Boves, traz a palco uma leitura inédita de um texto nunca levado a palco, no qual Homem e Poder se enfrentam numa luta de/sem Tempo, com base na história real de Cayetano Ripoll, o último executado da inquisição espanhola.
Em tempos de fanatismo e destruição, medo e agressão, tempos em que o Tempo parece cada vez mais uma mera construção do optimismo humano, sonhador de setas de progresso, embalado por futuros sonhados e acreditados, o Passado, ou o tido por passado, derruba-nos as portas do refúgio e lembra-nos a cada vida extinta que não há dor de época, nem medo de época.
Cantigas de uma Noite de Verão, de David Greig
Encenação de Joana Sousa
A primeira encenação da Joana Sousa chega à cena em Maio de 2015, dando-nos a conhecer o Bob e a Helena. Duas pessoas normais. Dizem que há noites em que um “que dizes?” muda tudo. Dizem que há noites em que alguém fica “tão feliz” que é capaz de nos lembrar da nossa própria felicidade. Dizem, mas falta saber também o que fica por dizer. O que é dito sem palavras. O que não é dito de todo, e que nunca o será, e que nem faz falta que o seja.
Esta peça marca uma nova abordagem à cena, introduzindo a música como parte integrante do espectáculo e deixando aos actores (e ao público) a difícil tarefa de saber contar uma história…
Azul Longe Nas Colinas,
de Dennis Potter
Encenação de João Ferreira
A encenação de João Ferreira chega à cena em Fevereiro de 2014, num espectáculo que oferece ao publico um espaço de reflexão sobre os desígnios da existência humana, partido da acção de uma história muito simples, onde sete crianças brincam, durante uma tarde, num bosque. Dirigida ao público em geral, esta peça integra a nova temporada da in skené, que visa oferecer, em Gondomar, um conjunto de espectáculos, que suscitem a necessidade de uma reflexão e que se prolongue para além da representação.
felizmente há luar!, de Luís de Sttau Monteiro
Encenações de João Ferreira e de Sofia Araújo
Em cena desde 2010, felizmente há luar! é já uma referência do nosso grupo, com leituras muito conscientes do simbolismo que este texto tem nos nossos dias. Contou com encenações de João Ferreira em 2010 e 2011, tendo sido partilhada em 2012 com Sofia Araújo, que aceitou o desafio de desenhar em cena a sua visão muito pessoal em 2013. Essencialmente dirigida ao público escolar, esta peça contou até hoje com a assistência de mais de 4000 espectadores, vindos de dezenas de escolas da região norte do país.
Sui Caedere – Uma Vida, Um Erro, de Beatriz Soares e João Ferreira
Encenação de João Ferreira
Sui Caedere é uma peça original, escrita por dois dos fundadores da companhia, que retrata a dura realidade dos conflitos interiores na adolescência e que durante três anos (2009, 2010 e 2011) tocou os mais de 2000 espectadores. Com a encenação de um dos seus autores, João Ferreira, os actores foram convidados a participar num desafiante processo de entrega e auto conhecimento, que se traduziu em momentos de pura verdade em cena.
in camera, de Jean-Paul Sartre
Encenação de João Ferreira
in camera foi a primeira aposta consciente com uma abordagem à cena mais experimental, baseada nas palavras existencialistas de Jean-Paul Sartre, que motivaram o encenador João Ferreira a criar uma experiência muito intimista, onde o público confunde os limites do palco com os limites da sua própria consciência. Em cena numa sala estúdio, a peça recebeu centenas de espectadores ao longo de dezenas de sessões, marcando um estilo muito próprio do encenador.
Insídia, de Rui Basto
Encenação de João Ferreira
Encenação de João Ferreira, a partir do texto de Rui Basto.
Sessão integrada na iniciativa Ideias à Volta do Espaço, da Reitoria da Universidade do Porto e da Casa-Museu Abel Salazar, a convite do Comissário Arquitecto António Teixeira Lopes.
Há vidas nesta cidade!, criado por João Ferreira
Encenação de João Ferreira
Integrada na Exposição Arquitectura e Património, a in skené apresentou “Há vidas nesta cidade!”, criação de João Ferreira a partir de poemas de Sophia de Mello Breyner e Mário Cesariny, a convite do Comissário Arquitecto António Teixeira Lopes, da Reitoria da Universidade do Porto e da Casa-Museu Abel Salazar.