Olá a todos!
Ainda não tinha tido tempo para vos escrever tudo o que penso e tudo o que sinto. E hoje escrevo uma carta aberta, porque me orgulho do que sinto.
Porque há tantos que mal conheço, que mal me conhecem, quero começar por vos explicar como tudo isto se tornou possível.
“Amo?!” não foi uma expressão escolhida em vão este ano. Amor à arte foi o início deste projecto
O Teatro é, para mim, o melhor instrumento de que disponho para ser feliz!
Um instrumento para ser feliz pode soar estranho a alguns… Poderão pensar “instrumentalizar o Teatro?..” Não!.. Todos somos um pouco egoístas, essa é a verdade, mas só quem nunca pisou um palco, perante uma plateia e recebeu a sua atenção e aplausos pode não perceber o alcance das minhas palavras… A esses, desde já convido a virem experimentar esta sensação!.. Não tarda vão perceber o que quero dizer por “instrumentalizar” o Teatro…
(Discurso de tomada de posse, 10-10-2009)
Os vossos sorrisos, a vossa entrega e a vossa humanidade são a prova de que souberam instrumentalizar da melhor forma o Teatro e de que o Teatro e a Cultura podem, de facto, ser formas de inclusão social.
Todos os dias em que estamos juntos tenho a certeza da beleza do projecto de que todos somos um pouco donos. A in skené é de facto muito mais de uma companhia de Teatro, do que uma Escola ou do que um grupo de Amigos. É um grupo de Amadores. E quem ama desta forma tão verdadeira só merece um aplauso sincero.
Hoje curvo-me perante aquilo que permitem ser verdade, perante o talento que todos têm em ser Pessoa – não o poeta, mas o ser único.
Num país onde a Cultura parece perder o seu valor a cada dia que passa, num país onde o acessório se torna essencial e onde a essência se perde, vocês, nós, somos responsáveis por uma mudança. Não temos medo de criar fracturas, nem de sermos artistas! Porque a arte fica provada quando, mesmo depois da ilusão de um primeiro momento, nos permite voltar a sentir, sem que canse, sem que seja falso. Não há um dia em que tenha deixado de sentir o mesmo em relação ao vosso, nosso, trabalho.
Ser piegas, ser lamechas, não são coisas más. São consequência do ser e do estar a ser humano. Não há razão nem espaço a vergonhas.
A in skené terá de ser uma casa, com espaço para todos.
Obrigado por tornarem este projecto possível.
Obrigado por quererem viver a Cultura e por acreditarem que há sempre uma forma diferente de ser cidadão.
Obrigado por tornarem a vossa cidade, numa cidade melhor.
Reitero:
E do presente para o futuro, aquilo que irá manter vivo este sonho é a felicidade das pessoas que nele actuarem! Sem isso, não fará sentido!.. Acredito, por isso, que não é alcançável, mesmo com recurso à mais sofisticada tecnologia ou ao mais complexo misticismo, visionar o seu fim…
(Discurso de tomada de posse, 10-10-2009)
Um abraço,
João.
(Presidente da in skené – grupo de Teatro de Amadores de Gondomar)
